sexta-feira, 25 de março de 2011

"Há um espião entre nós."

A intenção desse texto era, inicialmente, divagar sobre a verdadeira identidade de um professor do Montana que proclama ser um chileno doutor em direito, mas cujo o nome é Vladimir e troca o "B" pelo "V" quando fala (o que me leva a concluir que ele é na verdade um espião russo). Mas a idéia se desdobrou melhor em outro ocorrido. Ontem fui no 1º Festival de Cinema Transcendetal, com o intuito de cobrir o evento pelo Daiblog, e lá me senti como uma espécie de espião. Afinal todos lá possuiam aquela aura, em maior ou menor grau, de paz celestial que a religiosidade cristã transmite aos seus fiéis. Só que eu não possuo isso, meu conhecimento metafísico é bem diferente e desprovido dessa singularidade. Então qualquer coisa que eu tenha feito lá, em relação a espiritualidade, foram tentativas inverossímeis. Aplaudi, ri e fiquei sentido, mas não por inteiro. Aquilo não tinha me tocado no âmago em nenhum momento. Faltava uma intensidade plausível naqueles diálogos. Uma intensidade sensorial que transcendesse. Que me fizesse parar com a espionagem barata. E que enfim me mostrasse a imensa e gloriosa verdade. Uma verdade como a dor que a Beth Gibbons proclama pra si.

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